Análise crítica - “O que faz o Brasil, Brasil?”

Material de pesquisa: “O que faz o Brasil, Brasil?” Copyright
©1984 by Roberto Augusto Damatta exclusivamente 5° Capítulo.

“O carnaval, ou o mundo como teatro e prazer”

Acerca de nossos questionamentos sobre vidas rotineiras, a partir de um senso crítico e
de uma tese construída de acordo com fontes que não podem ser contestadas por
serem fruto da atual realidade em que nos encontramos, somos levados a
compreender como a vida em sociedade funciona, e temos dito: ela nem sempre é
agradável!

Apesar de todas as adversidades que tendem a assolar o nosso cotidiano, podendo ser
apenas acontecimentos que muitas vezes não podemos premeditar, temos a
consciência de que nem sempre eles nos acompanharão, pois são temporários e como
todas as coisas temporárias, um dia as adversidades também passarão.
No quinto capitulo da obra “O que faz o Brasil, Brasil? ” Roberto induz ao leitor que a
vida rotineira se torna, de certa forma, maçante e muitas vezes desagradável, seja ela
no trabalho ou em qualquer outra atividade que se faça de forma contínua. Então
propõe que homens e mulheres, enquanto seres humanos, tendem por natureza, a
encontrar uma fuga para seus desesperos no sentido de aliviar os seus fardos
exaustivos e exprimir suas fantasias.

O carnaval, por sua vez surge exatamente para que essa quebra no espaço “anual” se
faça possível. Como citado no capitulo, na Europa também existe carnaval, é evidente,
e o carnaval europeu se demonstra muito estético e ainda carregando características
de art deco e do período do Belle Époque em suas decorações, também se faz presente
o uso de máscaras.

No Brasil, se vai muito além, e associa-se carnaval LITERALMENTE ao termo fuga, ou
melhor dizendo, troca de papéis. A questão da fantasia e de desejos ofuscados pelas
longas e cansativas rotinas de trabalho, sobre as formalidades que se fazem
necessárias no restante do ano, as fantasias e desejos estão liberados nos dias de
carnaval, e todos entenderão que o indivíduo apenas está descontraindo para logo
voltar ao usual. A diversão e alegria dos carnavalescos é incontestável, por outro lado,
há quem não se agrade com toda a barulheira de baderna dos “farreiros”, porém é
uma prática que já se alocou aos costumes brasileiros e a cultura não mudará tão
cedo.

Portanto, aproveitem aqueles que se vem presos durante muitos meses do ano os
poucos dias de carnaval, que das ruas se faça palco para recarregar as energias para o
longo ano.

Thiago Anderson Pontes
Setembro, 2018.

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